A Psicologia Clínica é uma especialidade clínica que se dedica à investigação e intervenção no âmbito da saúde mental, centrando-se na avaliação, diagnóstico e tratamento das patologias do foro mental. Além do âmbito mais terapêutico, a Psicologia Clínica expandiu o seu foco para a promoção da saúde mental, prevenção de psicopatologia e redução de situações de risco. Assim, qualquer indivíduo, mesmo sem perturbação mental, poderá recorrer a um Psicólogo Clínico para um maior conhecimento de si próprio, dos seus conflitos, emoções, desejos, ou até mesmo em fases de mudança na sua vida para o ajudar na adaptação para que consiga manter-se emocionalmente estável.
Entender o momento em que surge uma questão de desenvolvimento, implica entender o ser humano naquilo que sente e pensa. Ajudar quem nos procura, num episódio de dor ou desencontro, é também escutar a sua cultura, o terreno emocional no qual se desenvolve. Desta forma, a escuta é a ferramenta básica e mais importante do Psicólogo, sendo através dela que o mesmo procura compreender, sem crítica ou julgamento, e sempre em regime de confidencialidade, os problemas, as queixas emocionais, os desejos que o cliente traz à consulta.
Trabalhar em Psicologia Clínica (numa perspetiva Psicanalítica) é, acima de tudo, escutar, receber, sentir e entender o que o paciente nos traz – aquilo que o traz – na liberdade, criatividade e inteligência, assim como nos obstáculos a estas suas dimensões.
O apoio de Psicologia Clínica é a construção de uma relação de parceria, com vista à abordagem dos processos mentais, no respeito a uma atitude autónoma do indivíduo que se constrói. Uma relação de entendimento é um espaço de aceitação do seu estado emocional. É nesta aceitação que divergimos de abordagens centradas na promoção de sentimentos (ditos “positivos”) ou na desvalorização de um qualquer aspeto (conflitual) da comunicação do paciente, pois só numa comunicação verdadeira e aberta é que se pode gerar o crescimento.
A Psicologia Clínica intervém em várias problemáticas do foro emocional/mental, entre elas:
- Crianças e Adolescentes:
– Perturbações do Neurodesenvolvimento: Perturbação do Desenvolvimento Intelectual; Atraso Global do Desenvolvimento; Perturbação do Espetro do Autismo; Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção; Perturbação de Aprendizagem Específica;
– Perturbação Depressiva;
– Perturbação de Ansiedade: Perturbação da Ansiedade de Separação; Mutismo Seletivo; Fobias; Perturbação de Pânico; Perturbação de Ansiedade Generalizada;
– Perturbação Desafiante de Oposição;
– Perturbação do Comportamento;
– Perturbações de Eliminação: Enurese; Encoprese;
– Perturbação da Alimentação e da Ingestão: Anorexia Nervosa; Bulimia Nervosa;
- Adultos e Idosos:
– Perturbação Depressiva;
– Perturbação de Ansiedade: Fobias; Perturbação de Pânico; Perturbação de Ansiedade Generalizada.
– Perturbação Obsessiva-Compulsiva;
– Perturbações do Espetro da Esquizofrenia;
– Perturbações Bipolares;
– Perturbações da Personalidade: Perturbação Paranóide; Perturbação Antissocial; Perturbação Estado-Limite (Boderline); Perturbação Narcísica; Perturbação Histriónica;
– Perturbações Relacionadas com Trauma e Fatores de Stress: Perturbação de Stress Pós-Traumático;
– Perturbações do Sono-Vigília;
– Perturbações Relacionadas com Substâncias e Perturbações Aditivas: Álcool; Opiácios; Estimulantes;
– Perturbações Neurocognitivas, devido a Doença de Alzheimer, Lesão Cerebral Traumática, Doença de Parkinson.
Numa intervenção terapêutica plena e eficaz, em Psicologia Clínica, é essencial um trabalho multidisciplinar, quer com outras especialidades que intervêm com o indivíduo (e. g., Psiquiatria, Pedopsiquiatria, Pediatria do Desenvolvimento, Neuropsicologia), quer com a família e sociedade onde o mesmo se insere (e. g., escola, catl’s, associações, centros de dia).